[CARROS DO PASSADO] Nissan GT-R LM Nismo, o maior fracasso japonês que disputou as 24h de Le Mans

 


O ano era 2015 e até então a única marca japonesa a conseguir o triunfo de conseguir ganhar as 24h de Le Mans havia sido a Mazda, com o protótipo 787B na edição de 1991. E a Nissan, com a missão de trazer a segunda vitória de uma fabricante nipônica da maior prova do automobilismo mundial, na qual não disputava desde 1999.


Para isso, a marca de Yokohama, decidiu trazer o inovador GT-R LM Nismo com design totalmente diferente, usando motor frontal e tração dianteira, com o objetivo de ser uma grande dor de cabeça para a Audi, Porsche e Toyota na classe LMP1 na temporada de 2015 do Mundial de Endurance da FIA (WEC).  


GT-R LM Nismo chamou bastante atenção por ter um design inovador

E confira abaixo a ficha técnica do GT-R LM Nismo: 

Ficha técnica

Fabricante: Nissan
Motor: Nissan VRX30A 3.0L V6 biturbo
Potência: 750cv (combustão + híbrido)
Transmissão: XTrac 5 marchas semiautomáticas + ré
Peso: 870 kg
Comprimento: 4645 mm
Altura: 1030 mm
Largura: 1900 mm

Durante o Super Bowl XLIX em 2015, aconteceu a primeira aparição do GT-R LM Nismo durante um comercial do maior evento de futebol americano nos EUA, como forma de fazer a grande promoção do novo protótipo da Nissan.


A sua estreia estava prevista para acontecer na etapa das 6h de Silverstone, porém. a fabricante japonesa decidiu adiar por conta da sua preocupação com o desempenho do carro e assim, decidiu ficar focado em testar o carro em Sebring, perdendo as 2 primeiras etapas da temporada de 2015 do WEC (Silverstone e Spa-Francorchamps), para disputar as 24h de Le Mans mais preparado possível.


E para a maior prova do Endurance de 2015, a Nissan decidiu escalar 3 carros, com os trios Tsugio Matsuda, Lucas Ordóñes e Alex Buncombe no 21, Harry Tincknell, Olivier Pla e Michael Kruum no 22 e Marc Gene, Max Chilton e Jann Mardenborough no 23. 


E quando o carro foi para as pistas em Le Mans, mal se imaginava de que o pior estava por vir. O GT-R LM estava de fato bem lento comparado aos seus concorrentes, sendo que na classificação, o melhor colocado (carro 22) ficou 20s108 atrás da pole position da LMP1, no caso o Porsche de Marc Lieb, Romain Dumas e Neel Jani, e o carro 21 foi mais lento que o pole position da classe LMP2.


E por conta disso, como os 3 carros da Nissan não ficaram dentro dos 110% do tempo da pole position, foram jogados para o final do grid dos protótipos, inclusive atrás dos LMP2 como castigo.


E durante a corrida, mais problemas para a Nissan, sendo que o 22 perdeu uma roda no período noturno, a mais de 300 km/h, danificando a dianteira do carro, o que obrigou a recolher para a garagem para a realização dos reparos. O 21 sofreu com uma quebra de suspensão, decretando o fim de prova e o 23 teve quebra no câmbio. O 22 até voltou para a pista e conseguiu receber a bandeira quadriculada, mas não se classificou por ter completado menos de 70% da distância total percorrida pelo vencedor.


Nissan teve um desempenho desastroso nas 24h de Le Mans de 2015

Com o grande fracasso em Le Mans, a Nissan foi em busca de culpados, sendo que foram detectados diversos problemas, sendo que o KERS precisou ser desativado, o que prejudicou muito na potência total do carro. E além disso, o GT-R LM Nismo era bom retas, mas péssimo para curvas. 


E para isso, a fabricante japonesa decidiu sair do campeonato do WEC de 2015 para focar nas melhorias do carro para quem sabe voltar para a temporada de 2016 de forma mais competitiva. Inclusive tivemos brasileiros participando dos testes do GT-R LM Nismo, que foram os casos de Bruno Junqueira e Nelsinho Piquet. Mas ao perceber que os resultados não viriam a curto prazo, a Nissan decidiu cancelar o seu programa de LMP1, sem deixar saudades.


A fabricante japonesa até continuou no WEC fornecendo motores para a classe LMP2 até 2016 e para a equipe ByKolles na LMP1 até a temporada 2018-19. E no IMSA, a Nissan até participou da classe principal com um protótipo DPi, entre 2017 e 2019, obtendo 4 vitórias, entre elas as 12h de Sebring de 2018, com o brasileiro Pipo Derani pilotando. Mas também não deixou muitas saudades no Endurance americano.


Apesar de ter vencido as 12h de Sebring de 2018, o DPi da Nissan não convenceu muito no IMSA


A Nissan até o momento não sinalizou algum sinal de um possível retorno para a classe principal no WEC, mas improvável de que aconteça depois do fiasco de 2015, mas há rumores de retornar ao IMSA, utilizando o protótipo LMDh da Alpine, já que a marca francesa não tem presença no mercado americano de automóveis, e assim a fabricante japonesa poderia assumir as operações para correr na classe GTP, talvez a partir de 2024.

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