ANÁLISE 1000 MILHAS DE SEBRING - QUEM SE DEU BEM E QUEM SE SAIU MAL?


No dia 17 de março, foram realizadas as 1000 milhas de Sebring, que abriram a temporada de 2023 do FIA World Endurance Championship (WEC), que inclusive teve mais uma vitória da Toyota e estreias de marcas na classe Hypercars. Vamos conferir a respeito de quem se saiu vencedor e perdedor em Sebring.

Vencedores


1. Toyota Gazoo Racing

Não é de se surpreender de que a Toyota fosse vencer mais uma corrida no WEC. Afinal é a única marca que correu em todas as etapas desde que o regulamento Hypercar foi implementado. E consequentemente o GR010 teria muito mais vantagem em relação à concorrência por já ter um desenvolvimento bem avançado.

E dito e feito, os 2 carros da Toyota tiveram o domínio total e fizeram todos os concorrentes como retardatários, sendo que o trio do 7 (Kamui Kobayashi, Mike Conway e Petito Lopez) terminou em primeiro e o 8 (Ryo Hirakawa, Sebastien Buemi e Brendon Hartley) em segundo.


O trio Mike Conway, Kamui Kobayashi e Petito Lopez venceu as 1000 milhas de Sebring

2. Ferrari-AF Corse

Apesar dos erros ao longo da corrida, seja pela estratégia que não funcionou ou pela punição ao 50, por ultrapassagem proibida em relargada ou a rodada do 51 e que fez bater no Porsche 56 da Project 1 da GTE Am, a Ferrari 499P mostrou um desempenho bastante promissor, além de não ter sofrido com quebras.

Mesmo estando 2 voltas atrás, a Ferrari-AF Corse conseguiu um ótimo terceiro lugar com o trio 50 com Antonio Fuoco, Miguel Molina e Nicklas Nielsen, e a tendência é de que a equipe italiana, com mais acertos e desenvolvimento do carro, incomode bastante a Toyota, o que até já aconteceu de primeiro momento com pole position de Fuoco.


Ferrari 499P deu primeiros sinais de competividade em Sebring

3. Cadillac

Outra estreante na classe Hypercar, a Cadillac Racing, mesmo não estando próximo da Toyota e também com a punição de Drive Through na segunda hora, mostrou boas impressões na primeira corrida do WEC, brigando de posições contra Ferrari e Porsche, além da boa confiabilidade do V-Series.R.

Juntamente com a Ferrari, a Cadillac é outra marca, que ao acertar bem o carro, que vai incomodar bastante a Toyota pelas vitória.


Cadillac trouxe boas impressões na estreia do WEC


4. Vanwall

Essa equipe, se baseando nos resultados dos treinos livres, até poderia ter entrado logo de cara na lista dos perdedores, por conta de seu mau desempenho e dos tempos serem inferiores até de protótipos LMP2.

Mas durante a corrida, não foi bem isso o que vimos. Apesar de estar bem longe dos primeiros colocados, a Vanwall ao menos mostrou uma boa confiabilidade e fez uma corrida bem segura, com exceção do erro cometido por Jacques Villeneuve, o que quase comprometeu a prova da equipe austríaca.

Mas de qualquer forma, precisamos dar créditos para a Vanwall, que conseguiu fazer bem a sua lição de casa dentro de suas expectativas e que terminou na frente das Peugeots.


Vanwall fez a Peugeot "comer poeira" em Sebring

5. Corvette Racing

A Corvette Racing aproveitou muito bem o vacilo da equipe Iron Dames, já que na volta 82, Rahel Frey cometeu um erro que fez danificar a traseira do Porsche 911 e assim, acabou assumindo a liderança da classe GTE-Am. E a partir daí, foi domínio total da equipe americana em sua categoria e assim mereceu a vitória nas 1000 milhas de Sebring.


Corvette dominou bem na GTE Am em Sebring após erro da Rahel Frey.


Perdedores

1. Peugeot

Que papelão gigante que a marca francesa fez em Sebring! Depois de um começo complicado em 2022, havia expectativas de que a Peugeot teria aprendido com as falhas do ano passado e aproveitar um longo intervalo de 5 meses para resolver os problemas e trazer atualizações importantes para conseguir um grande desempenho.

Mas na hora da verdade, isso esteve bem longe de acontecer. Logo na largada, o carro 94 já teve problemas e precisou ir para garagem por problemas elétricos e já de cara, perdeu 8 voltas. E logo depois, foi a vez do 93 sofrer com falhas no carro, também pelo mesmo motivo.

E ao longo da corrida, ambos os carros voltavam para a pista, mas depois eram obrigados a ir para a garagem por problemas de confiabilidade. Segundo a marca, a pista ondulada de Sebring teria afetado muito o desempenho do 9X8, que depende muito do efeito solo. 

Mas para resumir tudo isso, não dá para perdoar toda a incompetência da Peugeot, que perdeu feio para a Vanwall, que até recentemente era dúvida de se podia disputar o WEC. Para quem faz parte do grupo Stellantis e que tem uma grande estrutura, principalmente na parte financeira e com equipe boa, não se pode fazer um papelão gigante como vimos em Sebring.


   Peugeot teve uma participação bem pífia em Sebring

2. Glickenhaus

Ter ficado de fora das 2 últimas etapas do WEC em 2022 (Fuji e Bahrain) por problemas financeiros, com certeza fez muito mal para a Glickenhaus. E equipe americana não teve um bom desempenho em Sebring e foi obrigada a encerrar a sua participação na primeira prova do Mundial de Endurance mais cedo, por falha mecânica de seu carro.


Glickenhaus disputou apenas 62 voltas em Sebring, num total de pouco mais de 2 horas de corrida

3. David Heinemeier-Hansson

Considerado um grande pesadelo para a comunidade dos Fittipaldi Brothers por conta de seu mau desempenho na European Le Mans Series em 2022, a situação do gentleman driver dinamarquês nada mudou para este ano no WEC.

Após bons stints por parte de Pietro Fittipaldi no carro 28 no JOTA, brigando pela liderança, David Hansson infelizmente ficou bem longe de ter um grande ritmo do piloto brasileiro, sendo que inclusive o dinamarquês tinha ritmo de 2 segundos mais lento comparado ao Pietro, o que complicou as chances de uma possível vitória.


David Heinemeier-Hansson mais uma vez decepciona os torcedores de Pietro Fittipaldi na LMP2

4. Iron Dames

O trio feminino era uma das favoritas a vencer a prova na classe GTE-Am, pois havia feito a pole position em sua categoria nas 1000 milhas de Sebring. O carro 85 largou bem e foi se mantendo na liderança por um bom tempo, mas na volta 82, Rahel Frey acabou errando uma curva, passando por fora da pista e danificou o pára-choque traseiro do Porsche 911, o que obrigou a fazer uma parada não programada para o conserto do carro. E por conta disso, a vitória foi dada de bandeja para a Corvette Racing, que dominou a classe GTE-AM daí em diante.


Erro de Rahel Frey custou a vitória da Iron Dames na GTE Am


5. Jacques Villeneuve

Apesar de seu currículo vencedor, com título da F1 em 1997, da CART e vencedor das 500 milhas de Indianápolis, ambas em 1995, o piloto canadense, por conta da sua idade e de muito tempo sem competir, mostrou ter um ritmo bem abaixo comparado ao restante do grid, fazendo voltas lentas, além de quase acabar completamente com a corrida de sua equipe na sétima hora de corrida, ao rodar o carro e causar danos nele.

Villeneuve foi mal em Sebring

 

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