No dia 16 de abril, foram realizadas as 6h de Portimão, que foi a segunda etapa do FIA World Endurance Championship (WEC), que teve mais um domínio total do carro 8 da Toyota Gazoo Racing, com mais de uma volta de vantagem para o segundo colocado que foi o 50 da Ferrari-AF Corse. Vamos para as conclusões desta prova:
1. Mais um domínio da Toyota, apesar dos problemas com o carro 7
Por ser a única montadora que literalmente correu todas as provas desde que começou o regulamento dos Hypercars no WEC, a Toyota foi bem dominante das 6h de Portimão.
Apesar do carro 7 ter sido obrigado a entrar na garagem na segunda hora de corrida, por conta de problemas no motor e que a FIA havia detectado nos sensores de que estaria burlando o Balanço de Performance, o 8, do trio Brendon Hartley, Ryo Hirakawa e Sebastien Buemi, teve uma atuação impecável e com isso venceu com muita autoridade, com 1 volta de vantagem em relação ao segundo colocado.
Mais um domínio total da Toyota no WEC, com vitória do carro 8 em Portimão |
2. Ferrari se consolida como segunda força dos Hypercars
Em Portimão, considerando todos os treinos e a corrida, já podemos falar que a Ferrari já é de fato a segunda força entre os Hypercars do WEC.
O fato de usar protótipo LMH, dá a vantagem para a marca de Maranello poder desenvolver todas as partes do 499P, o que teoricamente faz com que fique na frente de por exemplo da Cadillac e da Porsche, que usam protótipos LMDh, e que tem limitações de desenvolvimento.
Apesar dos problemas com o carro 51, que estava com os freios dianteiros com defeitos e que inclusive chegaram a passar reto durante a última hora de corrida, o 50, aproveitando os problemas do 7 da Toyota, esteve bastante sólido na segunda posição, que foi a colocação de chegada.
Teoricamente falando, a Ferrari é quem estaria na frente na corrida de poder acabar com a hegemonia da Toyota nos Hypercars. Será que vem a primeira vitória nas 6h de Spa-Francorchamps?
Ferrari mostrou que é a segunda força nos Hypercars |
3. Finalmente Peugeot consegue terminar a corrida sem sofrer problemas em ao menos um de seus carros
Depois de 4 corridas sofrendo com quebras muito frequentes em seus 2 carros, a Peugeot finalmente conseguiu terminar uma prova sem ao menos ter sofrido algum tipo de quebra em ao menos um de seus 9X8.
Apesar do 93 ter sofrido com quebra de transmissão ainda antes da largada, o que obrigou a começar do pit lane perdendo uma volta, o carro 94 ao menos conseguiu completar 100% da corrida sem ter um problema sequer e que por conta disso obteve um grande 5º lugar, o que foi uma vitória para a marca francesa, que estava sofrendo com várias quebras nas provas anteriores.
Finalmente a Peugeot pode terminar uma corrida sem problemas em ao menos um de seus carros |
4. Porsche Penske com altos e baixos
A Porsche teve seus momentos de altos e baixos durante as 6h de Portimão. Enquanto que o carro 6 teve um desempenho aceitável em Portugal e que acabou conseguindo um grande terceiro lugar.
Já o carro 5, infelizmente acabou tendo problemas hidráulicos na segunda metade da prova, precisou ir para garagem e com isso perdeu 33 voltas, e terminaram em 10º lugar por conta disso.
Mesmo com bom resultado do carro 6, há muita coisa para a Porsche melhorar |
5. Cadillac com desempenho mediano
Outra equipe que também esteve longe de vencer, mas que não fez feio em Portimão foi a Cadillac. O time americano terminou as 6h de Portimão na quarta posição, mas assim como a Porsche, ainda há muita coisa a ser feita para poder brigar por vitórias no WEC.
O quarto lugar foi bom para a realidade da Cadillac |
6. Glickenhaus se apequenou por conta da chegada de mais concorrentes
Com a chegada de marcas como Ferrari, Cadillac e Porsche, de fato a Glickenhaus acabou perdendo muito espaço na classe dos Hypercars, muito por conta de sua estrutura ser longe de uma marca com muita relevância no mercado automobilístico.
E o resultado não poderia ser outro, a Glickenhaus ficou nas últimas posições da principal classe em Portimão e quase não apareceu na transmissão.
Glickenhaus se tornou equipe pequena com chegada de mais marcas nos Hypercars |
7. Alpine com desempenho muito abaixo do esperado na LMP2
A Alpine neste ano teve que correr de classe LMP2, já que o carro usado até o ano passado, que já fez parte da equipe Rebelion, não está mais elegível para competir na classe Hypercars e o seu novo modelo LMDh só ficará pronto para competir no ano que vem.
Pelo fato do A480, que foi usado no ano passado, ser baseado no carro Oreca 07, que é utlizado na classe LMP2, a expectativa era de que o time francês estivesse brigando por vitórias. Mas em Portimão, isso esteve muito longe de acontecer.
A Alpine durantes os treinos livres e de classificação, terminou nas últimas posições com seus 2 carros, e na corrida a situação não foi diferente, ficando bem longe de brigar até pelo pódio. E assim, o 36 ficou em 9º, enquanto o 35 em 11º.
Alpine tá devendo bastante na classe LMP2 |
8. Final de semana não muito bom para os brasileiros em Portimão
A corrida das 6h de Portimão infelizmente acabou não sendo muito boa para os brasileiros. Na LMP2, quem mais decepcionou foi André Negrão, que é piloto da Alpine, que teve um desempenho bem abaixo do esperado, como citado no tópico anterior.
Já no caso de Pietro Fittipaldi, o seu caso é diferente, pois os seus stints nas 6h de Portimão foram boas, inclusive fazendo uma grande ultrapassagem em cima de Fabio Scherer, do carro 34 da Inter Europol Competition, que é justamente a ex-equipe do piloto brasileiro da JOTA. Mas o carro 28 não foi muito na classificação com Oliver Rasmussen, além de David Heinemeier Hansson não ter feito um grande stint em Portimão.
Agora no caso de Daniel Serra, o problema foi as punições sofridas pelo Takeshi Kimura, uma de 5 segundos por causa uma batida no 777 da D'Station e uma de Drive Through por não respeitar os limites de velocidade nos pits.
Pietro Fittipaldi ficou em 8º na LMP2 em Portimão |
9. United Autosports dá ao menos uma boa notícia para Zak Brown
Se na Fórmula 1 a situação vai nada bem, ao menos na classe LMP2 do WEC o Zak Brown pode comemorar por vitórias.
A United Autosports soube se impor na classe LMP2 durante as 6h de Portimão, especialmente com o carro 23, que estava sem comunicação via rádio, e que foi quem venceu, com o 22 da mesma equipe em segundo.
A United foi quem mais dominou na LMP2 em Portimão |
10. Vitória bem merecida da Corvette na GTE-Am
Mais uma vez tivemos vitória da equipe Corvette Racing na classe GTE-AM, mas desta vez não foi de forma dominante.
Na etapa das 6h de Portimão, a equipe americana teve concorrência forte das Ferraris da AF Corse 21 e Richard Mille AF Corse, e da Porsche do trio feminino da Iron Dames.
Mas a Corvette contou com as grandes pilotagens de Ben Keating, que podemos dizer que é o melhor piloto bronze da atualidade e que nem parece ser um gentleman driver, e de Nicky Catsburg, especialmente nas última provas, ao conseguir segurar a pressão da Ferrari 83 da Richard Mille AF Corse.
Mais uma vez deu Corvette na GTE-Am |
11. Precisamos dar destaques para os grandes desempenhos das mulheres nas 6h de Portimão
Além dos destaques já citados em tópicos anteriores, precisamos dar muitos créditos para 4 mulheres na classe GTE-Am, que são os casos do trio feminino da Iron Dames, com Rahel Frey, Sarah Bovy e Michelle Gatting, além da Lilou Wadoux no 83 da Richard Mille AF Corse.
Na etapa das 6h de Portimão, o carro 85 do time feminino terminou em terceiro, enquanto que a Wadoux subiu ao pódio em segundo. É um resultado bastante expressivo para as mulheres e dá o recado de que elas podem sim serem competitivas em categorias de turismo no automobilismo mundial.
4 mulheres subiram ao pódio da GTE-Am em Portimão |
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